quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Amigos geniais, amigos artificiais

Os amigos são uma seiva que nos estrutura e alimenta. Estão sempre próximos. Quando estão perto, quando, mesmo longe, falamos ou quando, simplesmente, sabemos o que nos diriam. Os amigos geniais tornam-nos melhores e enriquecem as nossas famílias.
Os amigos geniais já não se usam. Dão muito trabalho.
A sociedade atual substitui a individualidade, ainda uma espécie de relação, pela atomização. Cada um vai tendendo a existir realmente sozinho, permanentemente conectado num mundo crescentemente digital e manipulado. Os filmes de “animação científica” são os que melhor e mais profundamente mostram a realidade presente e futura. As crianças são quem pode compreender e aceitar sem reservas e os adultos que os fazem também são crianças.
Tudo tem solução, neste caso mesmo a morte que se prevê deixe de ocorrer, mais tarde ou mais cedo. Os amigos geniais podem passar a ser amigos artificiais, robots, e vão-nos estimar. Mais ou menos do que os animais de estimação, espécie de transição a que assistimos no presente, é o que se verá.
Sempre com enorme vantagem. Não comem, não sujam, não precisam de ser passeados, adivinham-nos com base em algoritmos eficazes como a intuição e têm botão off/on.