sexta-feira, 22 de maio de 2020

Há coisas que não podem esperar


Há coisas que não podem esperar, nem em tempo de pandemia global, confinamento generalizado, ligeiro desconfinamento amedrontado.

Há coisas que não podem esperar, nem em tempo de mobilizar Estados inteiros a focar-se no sistema de saúde para salvar vidas, atacadas por um vírus que tem mostrado que sabe matar.

Há coisas que não podem esperar e, por isso, se fazem com toda a urgência, digitalmente como tem de ser para não se contagiar, nem ser contagiado, para não se correr o risco de morrer.

São coisas como a que aconteceu na semana passada em Singapura quando um traficante de droga de 37 anos, condenado à morte, assistiu à leitura da sua sentença, na plataforma Zoom.

Dado que os Tribunais só abririam em junho, fizeram assim. Nesta urgentíssima situação, havia que diligenciar, o que ocorreu, com a evidente vantagem de o futuro morto pelo Estado não correr riscos de contágio da doença Covid-19.

Se a execução fosse realizada através de injeção letal, poderia até ser efetivada enviando-se ao condenado por tráfico de droga, a droga que o matasse, por exemplo através de um drone, que a poderia disparar garantindo as devidas distâncias pandémicas. 

Já tinha, também, acontecido na Nigéria.


quarta-feira, 20 de maio de 2020

A corrida à computação quântica

Stephen Shankland/CNET

O tiro de partida foi dado há algum tempo e a corrida está intensa. A IBM parecia ir à frente, até que a Google acelerou o passo. Amazon e Microsoft também competem.
Nos bastidores verificam-se os arsenais, contam-se armas e munições e treina-se, parecendo que na competição a IBM se adianta por uma cabeça.

domingo, 3 de maio de 2020

Fim da emergência, início da calamidade


Hoje, dia 3 de maio de 2020, é o dia nacional do fim da emergência e do princípio da calamidade.

Uma emergência costuma ser algo que, sendo bem tratado, evita uma calamidade. Não sendo, efetivamente esta sucede-lhe. Dificilmente se poderá avaliar já se aquilo a que chamam calamidade económica e social seria diferente se aquilo a que chamaram emergência médica tivesse sido diferente. O tempo, se o houver, e a História, se for feita, o dirão.

Por agora, sobre o estado das coisas dizem-se terabytes de coisas, como convém à liberdade de expressão. Hoje é, também, Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, que é uma coisa diferente, embora esta pressuponha aquela. A liberdade de expressão costuma ter por epicentro o próprio umbigo, a liberdade de imprensa – que impõe interpretação atualista – costuma ter por epicentro outros umbigos. Ambas são cansativas, quer para quem se expressa, quer para os destinatários. Ambas são fundamentais.  

Hoje é, também, Dia da Mãe. O doodle da Google diz “Dia das Mães” e, provavelmente, tem razão.

O princípio da calamidade impõe hoje a proibição de circulação entre conselhos e mantém a proibição de visitas a Lares, com vista a evitar-se o regresso à emergência, previsto quinzenalmente. 

Estas medidas higiénicas zoomizam a maioria dos abraços às progenitoras que, de qualquer modo, já seriam, sensata e calamitosamente, dados com máscaras e evitam que descendentes e ascendentes até ao último grau se coíbam de procurar sanidade física e mental em locais apetecíveis, num dia de verão extemporâneo, como a praia ou o campo do concelho limítrofe, procurando evitar futuros cordões sanitários.