Do quase nada ao mais que tudo num
instante.
A inteligência artificial, AI
para familiares, amigos e conhecidos, que vão usando a sigla inglesa
correspondente a Artificial Intelligence
ao jeito de nickname, passou de
ficção cientifica a ciência e vai a caminho do soundbite, com a rapidez que a carateriza.
Está-se numa espécie de corrida
ao ouro, com cães-lobos no Alasca, como o Buck
de Jack London, mas em que o bem precioso que se persegue é a AI. Isto porque a
inteligência humana depressa percebeu que a inteligência artificial lhe dá
super-poderes e está com todo o vigor a fazê-la saltar dos livros de ficção
científica para a realidade.
O momento de viragem foi a
eficácia do machine learning, em que
a máquina aprende “sozinha”, desenvolvendo camadas e ligações na sua rede neural
ou neuronal. Esta aprendizagem pode ser feita com outra(s) máquina(s),
sendo essencialmente feita através dos ensinamentos da humanidade em geral, pedagógica
por instinto ou natureza. Todos nós, que usamos smartphones e vários dispositivos digitais ensinámos o Google a
falar e a traduzir, o Facebook a compreender relações humanas, a Amazon a saber
o que compramos e vamos a cada momento mapeando o mundo com fotos, opiniões
sobre comida e lazer, informação sobre o que consumimos, onde vamos, o que
pensamos. A AI põe-se a registar e a pensar sobre tudo isso e aprende. Depois, interage
com outras AI’s e aprende ainda mais.
Chegámos agora, cerca de cinco
anos após os primeiros sinais significativos, ao ponto em que começamos a achar
que estamos a perder o controlo. É nesta altura que chegam as normas. É curioso
que as primeiras sejam as chamadas “leis de Azimov”,
um escritor que se preocupou em estabelecer regras básicas intransponíveis para
os robots que inventou.
Atualmente prolifera a
preocupação e a criação de regras. Diz Yochai Benkler de Harvard, que
sabe do que fala, que “Technology companies are running a campaign
to bend research and regulation for their benefit; society must fight back”, acrescentando
Edd Gent que “There’s no better way of ensuring you win a race than by setting the
rules yourself.”.
Enquanto a AI não se adiantar numa self-regulation
ainda imprevisível e pouco provável, vamos viver tempos de corrida contra o
tempo a tentar contê-la e a disciplinar quem a domina.
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