domingo, 3 de maio de 2020

Fim da emergência, início da calamidade


Hoje, dia 3 de maio de 2020, é o dia nacional do fim da emergência e do princípio da calamidade.

Uma emergência costuma ser algo que, sendo bem tratado, evita uma calamidade. Não sendo, efetivamente esta sucede-lhe. Dificilmente se poderá avaliar já se aquilo a que chamam calamidade económica e social seria diferente se aquilo a que chamaram emergência médica tivesse sido diferente. O tempo, se o houver, e a História, se for feita, o dirão.

Por agora, sobre o estado das coisas dizem-se terabytes de coisas, como convém à liberdade de expressão. Hoje é, também, Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, que é uma coisa diferente, embora esta pressuponha aquela. A liberdade de expressão costuma ter por epicentro o próprio umbigo, a liberdade de imprensa – que impõe interpretação atualista – costuma ter por epicentro outros umbigos. Ambas são cansativas, quer para quem se expressa, quer para os destinatários. Ambas são fundamentais.  

Hoje é, também, Dia da Mãe. O doodle da Google diz “Dia das Mães” e, provavelmente, tem razão.

O princípio da calamidade impõe hoje a proibição de circulação entre conselhos e mantém a proibição de visitas a Lares, com vista a evitar-se o regresso à emergência, previsto quinzenalmente. 

Estas medidas higiénicas zoomizam a maioria dos abraços às progenitoras que, de qualquer modo, já seriam, sensata e calamitosamente, dados com máscaras e evitam que descendentes e ascendentes até ao último grau se coíbam de procurar sanidade física e mental em locais apetecíveis, num dia de verão extemporâneo, como a praia ou o campo do concelho limítrofe, procurando evitar futuros cordões sanitários.

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