Centenas de aplicações móveis (apps) ouvem os sinais (beacons) emitidos por dispositivos integrados em vários locais ou objetos e permitem seguir (ultrasonic beacon tracking) a pessoa que leva o telemóvel, é notícia que não chegou ao grande público.
É mais uma novidade na invasão da privacidade que a evolução da tecnologia permite, que se percebe bem num estudo sobre o assunto divulgado no fim de abril, numa Conferência em Paris.
Ao descarregar uma aplicação são pedidas ao futuro utilizador uma série de permissões que, teoricamente e se o mundo fosse perfeito, teriam como único objetivo que a ferramenta funcionasse e os acessos seriam limitados ao estritamente necessário a esse funcionamento.
Dada a permissão, muitas vezes sem se aperceber que a dá e, menos ainda, o que a mesma significa, o utilizador instala a app e o smartphone passa a receber os sinais que são emitidos pelos beacons, o que permite seguir os passos de quem o transporta, determinar as suas preferências, recolher muitos dados pessoais.
A permissão pode ser dada sem consciência do ato e/ou das consequências, ou porque a pessoa precisa realmente da aplicação e essa é condição para a ter.
Os cientistas que apresentaram o seu trabalho, encontraram beacons na entrada de lojas de rua, detetaram 234 vulgares apps para Android que incorporavam um tipo particular de tecnologia de escuta ultra-sónica (ultrasonic listening technology) e desenvolveram uma "contra-tecnologia" de proteção, que bloqueia a receção dos sinais.
Qualquer dia, ou qualquer ano, quando o problema já for outro, vai-se saber.
Ouvir às portas era má educação. Ouvir as portas também será? Big brother is earing you.
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