No início
deste mês, o jornal “The Australian” descobriu um documento preparado pelo
Facebook, que revelava que a empresa tinha oferecido aos seus anunciantes a
possibilidade de atingirem diretamente, com publicidade, 6.4 milhões de usuários
mais jovens (a partir de 14 anos, em média 16 anos), nos momentos em que se sentissem mais vulneráveis, nomeadamente,
inseguros, ansiosos, fracassados.
O Facebook
não negou o documento, não tinha como, mas respondeu ao lado e informou também que a investigação não tinha seguido
os padrões da empresa.
A notícia
é dada pela perspetiva da publicidade, da possibilidade de apresentar para
venda, no preciso momento em que a necessidade existe, o produto ou serviço
adequado a um grupo especialmente vulnerável. O que é muito importante.
É, talvez, mais
importante ainda perceber que o Facebook, outras redes sociais, o Google e, se
quisermos mesmo pensar em grande, todos juntos, não só sabem tudo sobre o
utilizador, como sabem tudo ao segundo, e com um nível de detalhe e
profundidade que nem o próprio conseguiria consciencializar.
Isto, ao que parece, já
influenciou o Brexit e eleições várias, umas mais badaladas que outras.
Todos os dias, isto,
influencia milhões de pequenas decisões que cada um de nós toma.
O que vale é que o
Facebook disse que, embora não tenha feito o que dizem que fez, não torna a
fazer. Às outras empresas semelhantes, ninguém perguntou neste artigo mas, caso
perguntassem diriam em uníssono que não, que não voltariam a fazer o que não
fizeram. Diriam, também todas que iriam criar procedimentos e controlos, que
seriam implementados e verificados por comissões e comités de modo a que não,
realmente não, voltasse a acontecer nada semelhante.
Eu, por mim, fiquei satisfeita. Eu acredito no Pai
Natal, na Fada dos Dentes e no Coelho da Páscoa. Em duendes, também.
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